Mastite Bovina - O que é, os sintomas e o tratamento
Escrito por Rodrigo KnolseisenMastite é uma doença presente em mamíferos, não contagiosa entre diferentes espécies. Caracterizada pela inflamação das glândulas mamárias, é uma das doenças mais comuns em propriedades de gado leiteiro e pode ser causada por diferentes seres, como bactérias, vírus e fungos.
A mastite bovina pode ser dividida em três categorias quanto à sua forma de apesentação, sendo elas subclínica, clínica e crônica.
Mastite Subclínica
Inflamação | Qualidade do leite | Produção | Recorrente |
---|---|---|---|
Sem inflamação | Normal | Queda de produção | Não |
Por não apresentar inflamação nem diferença na qualidade do leite, pode passar despercebida do produtor, em especial aquele que não tem grande controle sobre os dados do rebanho.
Mastite Clínica
Inflamação | Qualidade do leite | Produção | Recorrente |
---|---|---|---|
Com inflamação | Menor | Queda de produção | Não |
Quando percebida a inflamação e alterações na qualidade do leite o tratamento deve ser feito imediatamente.
Mastite Crônica
Inflamação | Qualidade do leite | Produção | Recorrente |
---|---|---|---|
Depende | Depende | Queda de produção | Sim |
Acontece quando uma vaca tem a ocorrência alternada ou sem interrupções de mastite clínica ou subclínica.
Normalmente é recomendado o descarte do animal, pois a taxa de sucesso do tratamento é baixa e o descarte da vaca doente é uma medida que pode tanto afetar positivamente a produção média da propriedade, como também pode ter grande impacto sobre a sanidade de todo o rebanho.
Os principais prejuízos que a doença causa
Os prejuízos são vários, mas os principais deles são:
- Gastos com medicamentos e mão de obra;
- Descarte de leite;
- Redução da produção de leite;
- Possível descarte do animal;
- Risco de transmissão para outras vacas do rebanho.
Queda na produção: O primeiro vilão
A queda na produção é o sintoma imediato das mastites. As principais perdas decorrentes das mastites (entre 70 e 80% das perdas totais) são causadas pelas mastites subclínicas, que apesar de não apresentarem sintomas físicos, já causam prejuízo na produção leiteira.
Os autores Philpot e Nickerson, em pesquisa feita no ano de 1991, descreveram que um rebanho que apresenta uma Contagem de Células de Somáticas (CCS) entre 200 e 500 mil células podem perder 8% do seu potencial de produção leiteiro, para cada 1.000 litros, se deixa de produzir 80 litros.
Com a Contagem de Células Somáticas acima destes números, as perdas podem chegar em até 25% da produção.
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Gostei! Quero acomanhar a mastite do meu rebanhoQuais a causas e sintomas?
As causas da mastite bovina
A doença pode ser causada por uma gama de fontes, que vão de bactérias a fungos e vírus. Também depende de condições ambientais e características de cada animal.
A mastite contagiosa origina-se por micro-organismo que vivem na glândula mamária da vaca, especialmente Streptococcus agalactiae e Staphylococcus aureus.
Transmite-se durante a ordenha da vaca, através de maquinaria de ordenha contaminada ou pela limpeza incorreta dos trabalhadores, quando usam panos sujos, não usar luvas...
Os principais sintomas
Em casos subclínicos é mais difícil de detectar a doença. A confirmação da doença deve ser realizada diretamente através da contagem de Células Somáticas (CCS) ou indiretamente pelo California Mastitis Test (CMT) popularmente conhecido como “teste da raquete”.
Já as vacas com a forma clínica da doença apresentam além da queda de produção e a maior contagem de Células Somáticas, sinais mais visíveis. são alguns dos sintomas:
- Leite com coágulos ou pus;
- Falta de apetite;
- Inflamação do úbere, inclusive o animal sente dor ao ser tocado nessa região;
- Febre;
- Respiração acelerada;
- Desidratação;
- Fraqueza.
A mastite crônica, dependendo do seu nível, coloca a vida do animal em risco, e pode apresentar alguns dos sintomas de forma cada vez mais forte.
Quando e como tratar
A prevenção é o melhor remédio
Diversas medidas e precauções podem ajudar no controle da mastite bovina em seu rebanho. É recomendada a realização periódica de testes clínicos que apontem a presença da doença em seus animais.
Existe também uma clara relação entre o manejo nutricional e a ocorrência de mastite em um rebanho. Quando o gado está bem nutrido, a sua resistência a bactérias, fungos e vírus é muito menor.
Além disso, muitos produtores não possuem ainda o hábito de tratar as vacas no momento de secagem, o que é um método preventivo importante.
Ao tratar o animal no período seco, é possível alcançar cura em mais de 70% dos casos de mastite, resultado muito melhor ao encontrado em tratamento de vacas em lactação. A vaca no período seco pode recuperar a sua glândula mamária para a próxima lactação, e assim é possível eliminar no período seco os casos de mastite subclínica no rebanho.
O Gerencia leite entrega diversos relatórios personalizados na sua mão em tempo real. Tenha os dados de todos os seus animais secos, no seu celular, computador, ou impresso!
Gostei! Quero acompanhar relatórios personalizadosPor fim, para evitar a transmissão da doença, é recomendável a desinfecção das tetas antes e depois da ordenha. As vacas sem doença devem ser ordenhadas primeiro, em seguida os animais que possuem a doença em forma subclínica e então por último, os animais com a doença em seu estado clínico.
O bom estado de conservação do equipamento de ordenha e boa higiene no processo também são imprescindíveis, e se precisar, temos uma calculadora automática que te ajuda a descobrir a data ideal da troca de teteiras do seu conjunto..
O tratamento da doença
É importante buscar orientação técnica de um veterinário. Diagnosticando uma vaca com mastite, por muitas vezes é necessário e/ou recomendável realizar a secagem dela. Esse procedimento tem como objetivo recuperar a sanidade da glândula mamária para a próxima lactação.
Após identificar o agente causador da doença, o médico veterinário indicará remédios intramamários, que devem ser administrados preferencialmente no período seco para não haver a contaminação do leite.
Os animais com mastite crônica devem ser isoladas do restante do rebanho e seu leite descartado durante todo o período do tratamento. No fim do tratamento de um animal com a doença em sua forma crônica, se o resultado não for dentro do esperado, pode ser considerado o descarte do animal.
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